Programa de pós-graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia
2024

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O TRIPÉ NA FORMAÇÃO PELO HCTE:

GRADUAÇÃO - PÓS-GRADUAÇÃO - EXTENSÃO

Todos os projetos extensionistas do PPGHCTE possuem o caráter híbrido pesquisa-extensão, pois sempre integrados com os projetos de pesquisa dos docentes do programa, e conectados com pesquisas de mestrado e doutorado. Representam, portanto, marcos de inovação que o HCTE traz ao cenário acadêmico e à sociedade. Elementos simbólicos vêm surgindo e um excelente exemplo é a boneca "Maria do Socorro", surgida a partir de um trabalho na graduação e fortalecida também no HCTE, exemplo singular de inovação a partir do afeto, uma das molas mestras do programa. Maria do Socorro provoca reações e empresta seu grito a quem dele necessitar, representa a liberdade que deve pautar as ações criativas e questionamentos acerca da ciência e seus desdobramentos.

No escopo da indissociabilidade da pesquisa com a extensão, o HCTE vem intensificando seu foco na articulação de pós-graduados e graduandos inscritos nas disciplinas, formando equipes que trabalham em bases colaborativas, compartilhando atividades acadêmico-científicas, dividindo coautorias de trabalhos submetidos a congressos, ações extensionistas, além da convivência social e a troca de impressões e experiências. Esses vínculos importam em ganhos para os discentes de graduação e de pós-graduação, e alimentam as pesquisas realizadas no programa, agregando riqueza de visões e inovação dos próprios projetos de pesquisa e extensão.

As realizações do HCTE nos últimos anos, sejam as disciplinas, sejam as ações de âmbito extensionista, sejam nossos encontros científicos, com a máxima expressão no Congresso Scientiarum Historia, vêm atraindo, para além de nosso corpo social, graduandos e pós-graduandos da UFRJ, externos ao Programa, bem como estudantes da formação básica e de outras IES. Esta procura foi especialmente volumosa para aquelas disciplinas que ofereceram a possibilidade de frequência híbrida ou remota pelo corpo discente. Chegamos a mais 180 alunos solicitando inscrição na qualidade de externos, em geral através do site do programa, ou atraídos pelos cursos extensionistas que se utilizam total ou parcialmente, das aulas e realizações das disciplinas do HCTE para abrigar horizontalmente os extensionistas participantes e público-alvo, como é o caso da disciplina Ciência Quadro a Quadro, ministrada pela Profa. Priscila Tamiasso-Martinhon (IQ/UFRJ) e pela Profa. Katia Correia Gorini (EBA/UFRJ), docentes permanentes de nosso quadro. Apesar do número muito expressivo, perto de 200 externos, nem todos puderam frequentar as disciplinas que lhes interessaram, pois algumas tiveram seu limite de inscritos atingido, como foi o caso da disciplina Pesquisas Narrativas, oferecida pelo Prof. Igor Valentim, permanente do HCTE e lotado no NCE/UFRJ.

Em parte inspirando estas participações, o HCTE, na figura de seus docentes, vem ancorando muitas frentes de produção e realização extensionistas, afinado com o esforço em prol da recuperação do país, quando a universidade, em todas as suas frentes de atuação, se prepara para o advento de uma nova fase, com o resgate da educação, em todos os níveis, e da C&T diante da devastação promovida nos últimos anos.

Nossas frentes de ação combinam nossas pesquisas à extensão e à formação pelo ensino-aprendizagem, esta última não somente voltada para co-partícipes extensionistas, sobretudo graduandos da equipe, além de docentes colaboradores, por esta razão aqui destacadas, como também a formação dentro de valores extensionistas vem se voltando à sensibilização de nossos próprios mestrandos e doutorandos, para valores de cidadania e de autonomia de pensamento crítico, cuidando para que não fique à margem dos valores acadêmicos a consciência pujante do compromisso que cada um de nós, que passamos pelo melhor da formação científica nas universidades públicas brasileiras, tem diante da urgência do tripé ensino-pesquisa-extensão, impactando na inteireza da capacidade humana de aprimoramento de princípios de humanidade em sua indissociabilidade do devido amadurecimento profissional. Um espelho desta valorização pôde ser visto, mais uma vez na edição 2022 do emblemático evento extensionista da UFRJ, o Festival do Conhecimento. Das cerca de 400 produções distribuídas pelos quatro dias do Festival do Conhecimento, o programa contribuiu com 6% destas, confirmando a robustez de nosso compromisso com a extensão vinculada às nossas missões precípuas, pesquisa e formação de graduandos, mestres e doutores.

Trazemos a seguir alguns exemplos recentes. Em meio aos anos da pandemia, o Projeto O HCTE EM REDES INTER/TRANSDISICPLINARES NA COVID19, focado no contexto pandêmico da COVID-19, manteve uma rede que chegou a 50 graduandos e pós-graduandos, além de docentes colaboradores, conectados em encontros semanais, que trataram de ciência, criatividade, e cidadania. O projeto é coordenado pela Profa. Maira Fróes (NCE/UFRJ), atual Coordenadora do HCTE, em parceria com docentes do HCTE, como as professoras do quadro permanente Marta Peres (CCMN/UFRJ) e Priscila Tamiasso-Martinhon (IQ/UFRJ) e professores colaboradores do HCTE, representados pelo Prof. André Morelli (UFF). Outro grande exemplo, o Projeto PARATODOS, coordenado pela docente permanente Profa. Marta Peres, que conta com uma rede de colaboradores Professores do HCTE (Profas. Maira Fróes e Priscila Tamiasso-Martinhon, além de Professores externos ao HCTE, da UFRJ, de outras universidades no Brasil e centros de pesquisa internacionais, e com pós-graduandos do programa, além de extensionistas e público-alvo co-partícipe. Durante a pandemia, manteve-se ativo remotamente, realizando suas ações em parceria com disciplinas do HCTE e com o projeto O HCTE EM REDES INTER/TRANSDISCIPLINARES, muitas ministradas pela Profa. Marta Peres, como a disciplina Corpo e Movimento. Em 2022, com o retorno ao presencial, o projeto retomou sua sede no campinho da UFRJ, situado na Praia Vermelha. Com periodicidade semanal, vem ocupando uma área extremamente estratégica, pois situada entre o público alvo, e co-partícipe, representado pelas pessoas em situação de vulnerabilidade psíquica e social, nos Hospitais Psiquiátricos e centros de acolhimento do entorno. O projeto realizado na Praia Vermelha, Campinho, vem reunindo, em aulas prático-teóricas, pessoas de todas as idades, de crianças a idosos, com ou sem deficiência física, sensorial, sofrimento psíquico, cegos e com baixa visão, cadeirantes, vizinhos, estudantes de cursos de graduação e pós-graduação da UFRJ e outras instituições. No contexto das ações do projeto em si mesmas, todos são considerados estudantes, com a diferença de que alguns possuem e outros, não, o DRE. Todos recebem certificados como extensionistas da ação. Sob uma perspectiva inter/transdisciplinar, o projeto promove aulas de dança, consciência do corpo, estudamos questões ligadas à fisiologia/anatomia humana, estudos da deficiência, saúde mental, Reforma Psiquiátrica, sempre tendo como horizonte a pesquisa inclusiva nas dimensões humana e científica, associada a sistemas de pensamento e criação noutros campos de conhecimento, como a arte. A expressão artística é muito estimulada, emergindo em geral a partir do trabalho com os corpos, em performances e espetáculos da companhia surgida a partir do projeto (Trupe DiVersos). Também de importância seminal os cursos extensionistas que vêm acontecendo nos campos de Estudos da Deficiência e Tecnologias Assistivas voltadas à inclusão de pessoas com deficiência, coordenados pelo Prof. José Antonio Borges, docente permanente do HCTE e atualmente Vice-Diretor do NCE. O Prof. Antonio Borges é referência nacional e internacional nos estudos da deficiência e tecnologias assistivas. Este ano suas ações se realizaram em três diferentes frentes associando artes e matemática ao braille e outras tecnologias. Alem destas, com sua participação na qualidade de colaborador, outras quatro coordenadas pela Profa. Angélica Dias (atualmente Diretora do NCE/UFRJ e nossa pós-doc egressa), pela Profa. Valeria Fernandes (Faculdade de Letras/UFRJ) e pela pesquisador Ida Beatriz Costa Mazzilli (NCE/UFRJ), ilustrando o caráter acadêmico em rede de suas ações. Discentes e egressos (Mestres) do HCTE fazem participação ativa em pelo menos duas das frentes com participação do Prof. Borges. Em outras frentes muito produtivas, a extensão figura num tripé equilibrado com pesquisa e formação multinível, coordenadas pela Profa. Priscila Tamiasso-Martinhon, a exemplo dos projetos DAC - DIVULGAÇÃO E ALFABETIZAÇÃO CIENTÍFICA DE CRIANÇAS, JOVENS, ADULTOS E IDOSOS NA DIVERSIDADE FUNCIONAL e a REDE COLABORATIVA DE ENSINO-PESQUISA-EXTENSÃO EM CIÊNCIAS ENTRE MENINAS E MULHERES DE INSTITUIÇÕES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA E ENSINO SUPERIOR DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Com sua maior ênfase em estudantes da formação básica e graduandos, os projetos trabalham formação científica e cidadã, com focos na inclusão de diferentes perfis vulneráveis. Três destes são destacáveis em seu enredamento com outros projetos extensionistas coordenados por professoras do quadro permanente do HCTE, como o Projeto PARATODOS (pesquisa extensão, coordenado pela Profa. Marta Peres) e o HCTE EM REDES INTER/TRANSDISCIPLINARES (pesquisa-extensão, coordenado pela Profa. Maira Fróes), citados acima, além de estabelecerem parcerias com a FIOCRUZ e a UERJ, e com várias escolas públicas da rede básica de ensino, tendo como co-partícipes e beneficiados desde discentes graduandos, licenciandos da UFRJ, como os do CEDERJ (em consórcio com a UFRJ) e da UERJ, pós-graduandos da UFRJ, incluindo do próprio HCTE, estudantes e professores do Ensino Básico e membros da sociedade em geral. O caráter formativo inclusivo (social, de gênero, pessoas portadoras de diversidade funcional, idosos) se combina com a pesquisa científica utilizando metodologias transdisciplinares de fronteira na educação. discentes graduandos e docente permanennte do HCTE e contando ovos projetos de extensão. Como em 2020 e 2021, o Projeto HCTE EM REDES INTER/TRANSDISCIPLINARES NA COVID19 tem várias realizações ao longo do ano, articulando-se com algumas de nossas disciplinas de pós-graduação de nossa estrutura curricular, como INTERFACES E ARTE, CÊNCIA E TECNOLOGIA e SEMINÁRIOS HCTE. Eventos promovidos por livestream reuniram nossos pesquisadores docentes, parceiros de dentro e fora da universidade, professores da rede básica de ensino, estudantes de graduação, além, claro, de nossos mestrandos e doutorandos inscritos e não inscritos, voluntariamente agregados. Nossas disciplinas, reunindo extensionistas e representantes da sociedade, mais uma vez agregaram à formação científica, um forte caráter de acolhimento sociocultural, exercitando um amálgama epistêmico de campos plurais de conhecimento humano, e assim buscando a ampliação de suas contribuições para a ciência como um todo integrado. Os sistemas de troca que vemos implementados em disciplinas e realizações no tripé ensino-pesquisa-extensão são campos fertilizadores da ciência inovadora que queremos fazer chegar, com cada vez mais significância, em todos os segmentos de formação da universidade e das redes de ensino básico, nas produções em pesquisa e formação de mestres e doutores do HCTE. Somando-se a estas frentes, artigos, trabalhos para congressos, com destaque para os Congressos SIAC 2022 e Scientiarum Historia 15, muitos crescidos como frutos diretos destas redes de trocas, com coautorias que se estendem, felizmente para abranger nossos graduandos e até os estudantes do Ensino Básico e seus Professores, Professores de outras IES, graduandos de dentro da UFRJ ou de fora (como os do consórcio CEDERJ), nossos pós-graduandos, nossos docentes HCTE, membros da sociedade, colaboradores nacionais e internacionais, que vivenciam, muitos pela primeira vez, a oportunidade de dar materialidade, com fundamentação e forma científica, ainda que incipientes, a suas experiências com a ciência em redes interdisciplinares e humanizadas, na combinação ensino-pesquisa. Consolidam exemplos marcantes de construção de pensamento em redes de fluxo de conhecimento, que são discutidas e problematizadas, de forma não hierarquizada, em sua implicação para a ciência contemporânea, e em seu papel diante dos graves desafios por que passa a humanidade nestes dias.