Programa de pós-graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia
2024

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GRUPO DE ESTUDOS EM CIÊNCIA, TECNOLOGIA & SOCIEDADE (NECSO)

Logo do NECSO

Líder: Ivan da Costa Marques
Áreas predominantes: Engenharias; Engenharia de Produção

O grupo tem como campo de atuação os chamados Estudos de Ciência-Tecnologia-Sociedade (CTS), isto é, estudos interdisciplinares dos conhecimentos científicos e tecnológicos enquanto construções sociotécnicas. Na perspectiva dos Estudos CTS (dito STS, Science and Tecnology Studies, ou ainda Science-Technology-Society, no mundo de língua inglesa), os fatos científicos e os artefatos tecnológicos, os conhecimentos e as inovações, não podem ser bem entendidos se os aspectos técnicos forem colocados de um lado, os aspectos sociais de outro, e as análises forem assim compartimentalizadas.

No caso do Brasil, um país industrializado com [ciência &] tecnologia estrangeira, existe um vasto campo inexplorado de pesquisa das especificidades locais para:

1) descrever e explicar como conhecimentos e inovações científico&tecnológicas se conformam no mesmo processo em que indissociavelmente diferentes sociedades brasileiras se constróem;

2) simultaneamente construir/colocar/buscar/provocar/intervir fazendo diferenças. Este é o nosso campo de trabalho. O grupo não se pretende filosófico se a esta palavra for dada a conotação de distanciamento das coisas aplicadas.

Pelo contrário, o grupo NECSO tem como objetivo desenvolver abordagens de base material das questões científicas&tecnológicas: abordagens de perspectivas parciais das ciências&tecnologias que identifiquem a posição e o local destes saberes reconhecidos como conhecimentos situados, em tensão com sua universalidade, isto é, abordagens que incorporem as tensões o local x global, em suma, abordagens brasileiras das ciências&tecnologias, mas não abordagens nacionalistas com as matizes de reducionismo que este adjetivo convencionalmente carrega. Assim, o objetivo do grupo de pesquisa é contribuir para colocar os Estudos CTS em cena no Brasil e buscar outras historicidades como referência para o fazer tecnociência no Brasil e seu diálogo com a produção científica internacional.


GRUPO DE PESQUISA CAMPO TERAPÊUTICO E PRODUÇÃO DE SUBJETIVIDADE

Líder: Arthur Arruda Leal Ferreira
Áreas predominantes: Psicologia; História das Ciências; História das Técnicas; Estudos de Ciência, Tecnologia e Sociedade

A pesquisa atual se engaja em projeto mais amplo, que consiste em compreender os diferentes modos de produção de subjetividades engendrados pelas práticas psicológicas. Tal projeto maior se encontra em consonância com os pressupostos da Epistemologia Política de Isabelle Stengers e Vinciane Despret, assim como na Teoria Ator-Rede de Bruno Latour, John Law e Annemarie Mol. Para tais autores, o conhecimento científico se produz não como representação da realidade através de sentenças bem-formadas, mas como modos de articulação entre pesquisadores e entes pesquisados. De modo geral estes modos de articulação podem engendrar um efeito de maior recalcitrância (problematização das hipóteses, conceitos, instrumentos ou mesmo questões da pesquisa) ou docilização (extorsão da resposta dos entes investigados). Os autores citados apontam que nas ciências humanas, e em especial na psicologia, o efeito de docilização é maior que o de recalcitrância. Para investigar estes modos de articulação produzidos pelos saberes e práticas psicológicos, a proposta é observá-los através dos modos de engajamento que certas técnicas terapêuticas produzem no intercurso com seus usuários. As expectativas de desenvolvimento estão em seguir no aprofundamento da articulação com o campo de pesquisa, com toda a abertura que este possui.


GRUPO DE ESTUDOS EM HISTÓRIA E FILOSOFIA DO INFINITO

Líder: Ricardo Silva Kubrusly
Áreas predominantes: Ciências Humanas; História e Filosofia das Ciências; Matemática

O projeto visa estudar o infinito e sua história cultural, mergulhando múltiplos olhares em suas infinitas estruturas. O grupo vem desenvolvendo outros sub-grupos de pesquisas realizadas no âmbito do HCTE/UFRJ , além de um projeto de extensão universitária com alunos de graduação fora do espaço físico da UFRJ.

Linha de Pesquisa: História Cultural do Infinito


LABORATÓRIO TEÓRICO E EXPERIMENTAL DE INTERFACES E INTERFASES (LATEXPII)

LATEXPII

Líderes: Priscila Tamiasso-Martinhon e Célia Regina Sousa
Áreas predominantes: Físico-química; Saúde; Meio Ambiente; Sociologia; Tecnologia; Sustentabilidade; Educação; Epistemologia

Laboratório criado em 2009 pela professora Dra. Célia Regina Sousa (coordenadora do LATEXPII) possui uma área total de 40 m2. A partir de 2014, além de sua idealizadora esse laboratório também passou a contar com a coordenação da professora Dra. Priscila Tamiasso Martinhon. No LATEXPII se desenvolvem pesquisas, em uma perspectiva transdisciplinar, com a colaboração de pesquisadores nacionais e internacionais não só do GIEESAA (DFQ/UFRJ) e do GIMEnPEC (DFQ/UFRJ), mas também do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento de Materiais (DFQ/UFRJ), coordenado pela professora Angela Sanches Rocha. Além disso, desde sua origem, a equipe do LATEXPII participa de uma rede colaborativa de apoio a pesquisadoras de instituições públicas de educação básica e ensino superior.

Os trabalhos desenvolvidos com o apoio do LATEXPII envolvem pesquisas teóricas e experimentais no estudo de biointerfaces; formação de interfaces ordenadas; estudo do comportamento cinético de eletrodos modificados; estudo dos processos de difusão em membranas sólidas; aplicação de técnicas eletroquímicas ao estudo de problemas de saúde e meio ambiente visando uma abordagem interdisciplinar, além de problemas de corrosão, incrustação e ação de inibidores. As linhas principais envolvem desenvolvimento de tecnologia sustentável em uma perspectiva CTS.


LABORATÓRIO DE FÍSICO-QUÍMICAS DE MATERIAIS E ELETROQUÍMICA (FQME)

FQME

Líderes: Priscila Tamiasso Martinhon e Célia Regina Sousa
Áreas predominantes: Tripé Ensino-Pesquisa-Extensão; Educação; Físico-química; Saúde; Meio Ambiente; Arte; Epistemologia

Laboratório sob a coordenação das professoras Priscila Tamiasso Martinhon e Célia Regina Sousa desde 2014. Nele se desenvolvem trabalhos de ensino, pesquisa e extensão, em uma perspectiva discente~docente~aprendente, com o envolvimento de partícipes tanto do Grupo Interdisciplinar de Educação, Eletroquímica, Saúde, Ambiente e Arte (GIEESAA), quanto do Grupo Interinstitucional e Multidisciplinar em Ensino, Pesquisa e Extensão em Ciências (GIMEnPEC). O laboratório possui uma área total de 26 m2 e conta com uma sala com temperatura e umidade controlada de 6 m2.

Os trabalhos de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidos no FQME possuem uma natureza transdisciplinar e, apesar de consolidado na Físico-Química de Materiais (síntese, caracterização e aplicações eletroquímicas), dialoga em algum grau com as oito áreas de conhecimento estabelecidas pelo CNPq, como ilustrado pela produção do laboratório.


LABORATÓRIO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM ASTRONOMIA CULTURAL (LEPAC)

Líder: Walmir Thomazi Cardoso
Áreas predominantes: Astronomia Cultural e suas relações com a História e Etno-história da Astronomia

OBJETIVOS Estimular as pesquisas acadêmicas em Astronomia Cultural no Brasil e na América Latina através da criação de uma rede de pesquisadores e estudantes de pós-graduação, nacionais e internacionais. Realizar a busca ativa de fontes da História da Astronomia e Etno-história da Astronomia com a finalidade de ampliar o acesso às fontes e repositórios para estudantes e pesquisadores nacionais e internacionais. Encorajar estudos cruzados em Astronomia Cultural em áreas de fronteiras geográficas do Brasil com demais países da América do Sul (Argentina, Peru, Bolívia, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname, Guiana francesa, Paraguai e Uruguai). Incentivar o emprego de políticas públicas na forma de bolsas para estágios de estudantes de pós-graduação brasileiros em outros países e vice-versa. Encorajar a visita de professores e pesquisadores estrangeiros que atuam no mesmo campo e vice-versa.


GRUPO DE ESTUDOS SOBRE TEORIAS DO ÉTER E DE ESTRUTURA DA MATÉRIA

Líder: Carlos Benevenuto Guisard Koehler
Áreas predominantes: História das Ciências; História da Física e Epistemologia.

O grupo tem como objetivo proporcionar a discussão entre professores, alunos e ex-alunos do Programa de Pós-graduação em História das Ciências e das Técnicas e Epistemologia/HCTE da UFRJ sobre questões das áreas da História das Ciências, Epistemologia, Causalidade, Determinismo, História da Física e da Estrutura da Matéria e Questões Epistemológicas da Teoria dos Sistemas Dinâmicos.


LABORATÓRIO HIPATIA DE HISTÓRIA DAS CIÊNCIAS, INOVAÇÕES E SOLUÇÕES

HIPATIA

Líder: Maria Leticia Galluzzi
Áreas predominantes: História e Filosofia da Ciência; Artes; Ciências Cognitivas; Ciências Naturais

O Laboratório atende principalmente os Cursos de Graduação em Exatas da UFRJ (como Graduandos das Engenharias e do Bacharelado em Ciências Matemáticas e da Terra), o Programa de Pós-Graduação em História das Ciências, das Técnicas e da Epistemologia da UFRJ (Doutorado e Mestrado), e inovações tecnológicas para contínuo aprimoramento da missão do NCE junto ao alunado e sociedade. As três vertentes articulam-se transversalmente: História das Ciências Ensino, Pesquisa e Extensão dedicados ao estudo da História da Ciência para análise do pensamento e prática científica como fenômenos sociológicos históricos. Enfoca modificações estruturais em sistemas de conhecimento compreendendo-os como processos históricos e analisando a anatomia de estruturas cognitivas e epistêmicas, bases experimentais, circunstâncias culturais de produção, forças políticas e relações trans- e internacionais na construção de ciência, pensamento individual e sistemas de saber institucionalizados. Inovações e Soluções: Humanidades aplicadas a Tecnologia e Inteligência Artificial Ensino, Pesquisa e Extensão aplicando as Humanidades à produção e compreensão da Tecnologia. Envolve pensamento crítico sobre origens e consequências do impacto de Tecnologias e de dispositivos e mecanismos de Inteligência Artificial sobre modos de vida, Filosofia e Sociologia da Inteligência Artificial, e os desafios éticos, consequências emocionais, comunicacionais e societais. Inovações e Soluções: Construção Aprendizagem prática a alunos com background teórico para desenvolvimento de algum tipo de Solução Tecnológica. Ensino, Pesquisa e Extensão de soluções de desenvolvimento simples e econômico mediante problem-based learning, com soluções a situações reais que maximizem, com baixo custo, criatividade e eficiência, avanços e boas práticas em processos e procedimentos institucionais.


LABORATÓRIO TECNOASSIST: ESTUDOS SOBRE DEFICIÊNCIA, TECNOLOGIA ASSISTIVA E SOCIEDADE

Logo do grupo Deftas

TECNOASSIST

Líder: José Antonio dos Santos Borges
Área Predominante: Estudos sobre a Deficiência (Disability studies)

Os estudos sobre deficiência examinam o significado, a natureza e as conseqüências da deficiência. A deficiência é um conceito em evolução, de caráter multidimensional e o envolvimento da pessoa com deficiência na vida comunitária depende de que a sociedade assuma sua responsabilidade no processo de inclusão, considerando que a deficiência é uma construção social. Essa forma de análise vai além dos atributos biológicos, dando ênfase à interação entre a pessoa e as barreiras ou elementos facilitadores existentes nas atitudes e na provisão de acessibilidade, com ênfase no desenvolvimento e aplicação de tecnologia assistiva.

A missão do TECNOASSIST é promover a inclusão de pessoas com deficiência através do desenvolvimento de Tecnologia Assistiva. Este laboratório abriga projetos de grande abrangência voltados para proporcionar a pessoas com deficiência novas oportunidades com base na tecnologia de informática, além de projetos de grande notoriedade apoiados por nossas instituições parceiras. Os produtos gerados no Laboratório Tecnoassist são usadas por centenas de milhares de pessoas em todo Brasil. São produtos gratuitos que atendem principalmente a pessoas com deficiência visual e motora grave, utilizando tecnologia original. Diversos destes produtos são adotados oficialmente pelo Ministério da Educação em suas Salas de Recursos Multifuncionais. Mais de 90 por cento de toda impressão braile gerada no Brasil faz uso da tecnologia gerada neste laboratório. Além disso, são promovidos cursos e treinamentos a distância sobre Educação Inclusiva, Tecnologia Assistiva e outros temas relacionados a pessoas com deficiências, tendo sido atendidas mais de 10000 pessoas em todo país e em diversos países da Comunidade de Países de Língua Portuguesa. Alguns destes cursos são promovidos diretamente pelo Ministério da Educação, como parte de seus programas de Formação Continuada de Professores em Educação Inclusiva e Salas de Recursos Multifuncionais.


LABORATÓRIO-PLATAFORMA EXPERIÊNCIAS E EPIFANIAS

Líder: Igor Vinícius Lima Valentim
Áreas predominantes: História e Filosofia da Ciência; Epistemologia

Experiências e Epifanias é um grupo-laboratório-plataforma que busca romper com a noção tradicional de grupos exclusivamente de pesquisa. O laboratório-plataforma integra diferentes áreas do conhecimento e se apoia na transdisciplinaridade, articulando ensino, pesquisa e extensão, com o intuito de incentivar outros modos de ser, estar e sentir. O laboratório-plataforma realiza estudos, pesquisas, eventos, e outras atividades para trocar experiências, construir narrativas, aprendizagens coletivas, novas sensibilidades e proposições. Propostas concretas para problemas e para a construção de outras sociedades. Precisamos estimular relações, problematizações e aplicações apoiadas na alegria, no desejo, no estímulo à vida. Para isso, a universidade precisa ouvir mais, se abrir ao diferente, ao novo, aos desejos e curiosidades de todos os acadêmicos e da sociedade em geral. Buscamos estimular e valorizar a curiosidade e as experiências como pontos centrais, molas propulsoras de uma nova sociedade, de novas universidades. Construir uma sociedade mais igualitária, mais equânime, mais justa, com pessoas mais alegres e amorosas, passa por trabalhar propósito, desejo, tesão e curiosidade como aspectos fundamentais, assim como experiências e epifanias.


COMPLEXO DE LABORATÓRIOS DE MÉTODOS AVANÇADOS E EPISTEMOLOGIA (LAMAE)

Logo do laboratório LAMAE

LAMAE

Diretores de pesquisa: Profa. Maira Monteiro Fróes (PPGHCTE e NCE/UFRJ), Evandro Vieira Ouriques (PPGHCTE/NCE/UFRJ, ECO/UFRJ e Universidad de La Frontera, Chile), Prof. Alfredo Nazareno Pereira Boente (FAETERJ) e Profa. Marta Simões Peres (CCMN/UFRJ)

Sediado no Instituto Tercio Pacitti de Aplicações e Pesquisas Computacionais (NCE/UFRJ), o complexo LAMAE inclui três laboratórios de pesquisa e dois de extensão, conforme detalhado adiante. O LAMAE representa um núcleo transdisciplinar de laboratórios de pesquisa científica nos diferentes campos do conhecimento, e um centro de criação em arte, ciência e tecnologia.

O complexo representa um desafio à estruturação hierárquica comum aos centros de laboratórios de problematização científica e de pesquisa experimental, abrindo-se à composição por pessoas e instituições que driblam barreiras disciplinares e delimitações institucionais, priorizando abordagens teóricas e metodológicas inovadoras que dependem de ampla liberdade de trocas. Os laboratórios deste complexo têm em comum o interesse em investigar a possibilidade de que os diferentes sistemas de regras que demarcam e isolam os campos de conhecimento podem revelar, se analisados em profundidade, mais semelhanças que diferenças, aproximando-se a partir de elementos enraizantes da racionalização humana. Desta forma, um enorme repertório de aproximações e recursos de integração entre os bolsões disciplinares se abre a pesquisas inter/transdisciplinares, unindo as ciências naturais experimentais, o grande campo da tecnologia (sobretudo as tecnologias digitais) e as humanidades, e representando um catalisador potencial para a desejável compreensão e controle de nossas capacidades criativas individuais e coletivas.

A proposta metodológica artsci, desenvolvida pelos laboratórios de pesquisa LANE e de extensão ANATOMIA DAS PAIXÕES (FRÓES 2015 – Technoetics Arts), prevê o desenvolvimento transdisciplinar da ciência, mediante diálogo de convergência e compartilhamento de processos de pesquisa e desenvolvimento dos diferentes campos de conhecimento humano, a partir do aproveitamento de toda a capacidade de racionalização. Nosso sistema metodológico alicerça-se através do tripé cognitivo definido pela emoção, razão e estética, como ferramentais indissociáveis da concepção e da prática científicas. Estruturado por este eixo triádico de inteligência criativa, entendemos que o nosso método reserva um forte potencial de contribuição para uma ciência que eficientemente contemple o bem-estar humano e o concilie com o bem estar do planeta enquanto organismo, tão desejado, tão urgente para todos e cada um de nós.

Concebido pela docente do PPGHCTE Profa. Maira Fróes ao longo de anos de experiências reconhecidas na interface arte, neurociências e epistemologia, e como resultado imediato da evolução dos laboratórios de pesquisa e extensão do grupo Anatomia das Paixões, por esta dirigidos, o complexo LAMAE vem crescendo em visibilidade acadêmica e extra-acadêmica. Desde sua fundação, compartilhada integrantes na qualidade de pesquisadores colaboradores e estudantes, em dezembro de 2013, o complexo LAMAE expandiu seu quadro de laboratórios associados que hoje integra pesquisadores de várias unidades e instituições, apresentando a seguinte composição geral:

LANE - Laboratório de Neuroepistemologia Experimental:

O Laboratório de Neuroepistemologia Experimental conjuga criação e pesquisa experimental controlada em torno das bases alicerçais da percepção e da estruturação de ordem das referências interpretadas como objetivas na experiência humana e suas consequências para a evolução do campo de conhecimento científico. Uma vez associando, em costuras transdisciplinares complexas, campos de conhecimento e problematizações tão distintos, representados nas artes, na filosofia – sobretudo na epistemologia, na ciência – especialmente nas neurociências, e na tecnologia (com ênfase em sistemas computacionais), o laboratório é sustentado por um arcabouço intelectual dinâmico, flagrantemente híbrido, e em constante remodelagem. Nas frentes de pesquisa científicas experimentais do laboratório, quando consideradas as redes de conexões conceituais abarcadas no levantamento de hipóteses científicas, na definição de modelos e métodos de pesquisa, destacam-se propostas de ruptura com os sistemas metodológico-experimentais tradicionais. Coordenação: Profa. Maira Monteiro Fróes (PPGHCTE e NCE/UFRJ)

ANATOMIA DAS PAIXÕES:

Nesta frente extensionista os objetos de ciência são explorados e apresentados ao público como enunciadores de êxtase e paixão humana. As questões abertas em ciência, idem, de forma a abrir-se à co-problematização com o público. No exercício de aulas teóricas, palestras, práticas de interface arte/ciência realizadas em espaços por vezes híbridos de arte e ciência, o conteúdo de inspiração e modelagem científica é explorado em mergulhos transdisciplinares, estendendo-se do atrelamento forma-função biológica, por exemplo, até o surgimento do homem que questiona e cria, numa demonstração sutil e gradual de nossa unidade de consciência. O estudante, o espectador, o humano em toda e qualquer categoria, é convidado e estimulado a uma percepção especular do corpo de elementos do conhecimento humano através de seus próprios sistemas de sensibilidade emocional, afetiva, estética, e de seus recursos cognitivos alargados pela capacidade de abstração imaginativa favorecida pelo tratamento e concepção artística dos objetos trabalhados. Este projeto acadêmico constitui-se numa iniciativa desafiante no sentido de combinar, de forma equilibrada, não hierarquizada, ciências, artes e filosofia, a partir dos sujeitos humanos e da sociedade. Integra atualmente o Programa Pró-Cultura UM RIO DE ARTE, CIÊNCIA E CULTURA (PR-5 UFRJ). Coordenação: Profa. Maira Monteiro Fróes (PPGHCTE/NCE/UFRJ e NCE/UFRJ) e Edmar Junior de Oliveira (ator e graduando em Assistência Social na UFRJ)

LATOD - Laboratório de Inovação Tecnológica e Tomada de Decisão:

O laboratório consiste em projetos de inovação tecnológica que tenham como objetivo a tomada de decisão em ambiente nebuloso através do uso da lógica fuzzy. As propostas de solução são direcionadas para as mais diversas áreas de atuação, acadêmica, industrial e/ou comercial. Coordenação: Prof. Alfredo Nazareno Pereira Boente (FAETERJ)

GEPGEL - Grupo de Estudos em Pesquisa Industrial, Gestão e Logística:

O Grupo de Estudos está comprometido em buscar soluções de forma a otimizar os processos logísticos, com ênfase na redução dos custos logísticos e da empresa em geral. Coordenação: Prof. Alfredo Nazareno Pereira Boente (FAETERJ)

LABMIND - Laboratório de Gestão Mental, Psiquismo e Instituições:

Aprofunda a investigação neuropsíquica da metodologia de mudança Gestão Mental, criada pelo docente do PPGHCTE Prof. Dr. Evandro Vieira Ouriques, e que vem sendo aplicada internacionalmente desde que foi anunciada em 2005. Esta é a metodologia com a qual a Psicopolítica da Teoria Social (nesta incluídas as teorias da comunicação, da informação, da gestão e da cultura), criada e sustentada em rede pelo mesmo pesquisador a partir do NETCCON-Núcleo de Estudos Transdisciplinares de Psicopolítica e Consciência, da Escola de Comunicação da UFRJ, possibilita que o sujeito do psiquismo e das instituições supere em rede suas predisposições à manipulação, uma vez que a dominação, e portanto a emancipação, ao invés de serem ortopédicas, através do biopoder, são estéticas, portanto psicopolíticas.

Tratamos da superação epistemológica, teórica, metodológica e vivencial da fixação no axioma hobbesiano através da dissolução da experiência dualista de uma suposta irracionalidade dos desejos e do corpo e de uma insensibilidade da razão, que tem impedido historicamente as mudanças prometidas pelas teorias e metodologias, mas que porém tem gerado mais decepção do que mudanças sistêmicas. Essa capacidade de transformação da Gestão Mental vem sendo orientada teoricamente e comprovada empiricamente em tal dimensão que tem recebido crescentes reconhecimentos e prêmios internacionais de setores os mais diversificados, desde a sociedade civil organizada e seus movimentos, à clínica, a governos, a empresas e a instituições do porte da União Européia e da UNESCO. A Gestão Mental opera em uma compreensão integrada do indissociável conjunto corpo-mente -portanto da consciência como incorporada e da mente como órgão biocultural; o que é fundamental para dirimir a fratura gerada pelo trauma epistêmico do dualismo e suas consequências psíquicas e institucionais. O controle científico da capacidade desta metodologia de gerar tais reorganizações de ordem neuropsíquica são tratadas no LabMind em articulação com os sistemas de modelagem lógica não-tradicionais implementados no complexo de laboratórios LAMAE, que se aplicam à inteligência computacional. Coordenação: Prof. Evandro Vieira Ouriques (PPGHCTE/NCE/UFRJ, ECO/UFRJ e Universidad de La Frontera, Chile)

PARATODOS - Laboratório de Ensino-Pesquisa-Extensão:

Concebido e dirigido pela Profa. Marta Simões Peres, o Laboratório PARATODOS integra ensino, pesquisa e extensão em dança e saúde. Dele nasce a Trupe DiVersos, um braço extensionista muito atuante, com sede no Campus Praia Vermelha/UFRJ. Os eixos centrais do Paratodos são a Dança e os Estudos do Corpo Humano. A partir daí, relações são estabelecidas com as áreas 1. da Psicologia, enriquecidas pela participação de pessoas com sofrimento psíquico, 2. da Sociologia, especialmente Estudos da Deficiência, 3. dos Campos da Saúde em geral, 4. das Artes. Coerentemente, o laboratório conta com colaboradores de diferentes áreas: teatro, dança, indumentária, cenário, música, assistentes sociais, psicólogos, especialmente envolvidos com a Reforma Psiquiátrica e Luta Antimanicomial. Partimos, enquanto pesquisadores cidadãos, do princípio de que todo ser humano, independentemente de sua condição psíquica ou de mobilidade e limitações, é um criador, de modo que trabalhamos sob uma perspectiva de transversalidade dos saberes e horizontalidade das relações, incluindo as profissionais. Nossos cronogramas e projetos são elaborados coletivamente e não hierarquicamente, ou seja, estudantes na acepção aqui empregada têm seu momento de professores, compartilhando ideias e projetando transformações na sociedade que se afinam com as perspectivas da Produção Partilhada do Conhecimento (BAIRON; LAZANEO, 2012). Nossas conexões se estendem para além da UFRJ, e incluem, por exemplo, o próprio Prof. Bairon, livre docente da USP, parceiros internacionais, com a professora Ellen Saur da NTNU, Noruega) e Pamela Block (University of Ontario, Canadá), dentre outros.

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Nosso complexo de laboratórios LAMAE busca esclarecer como e por que qualidades subjetivas da experiência humana podem se revelar co-estruturantes da cognição. Esse é o viés a partir do qual nossas frentes de pesquisa se aplicam às ciências computacionais, e delas demandam recursos de estruturação teórica e operacional. Entendemos a computação como meio e fim em pesquisas contemporâneas que pretendam abordagens inovadoras, por um lado, dependentes do-, por outro, que fomentem o desenvolvimento de artefatos cognitivos que ampliem nossa capacidade de ação no mundo. Nossas frentes de pesquisa vêm penetrando bolsões de conhecimento de interface, nos quais as bases de organização física e funcional neurobiológicas, em níveis que vão do celular ao sistêmico comportamental, alimentam e forçam à rediscussão os estruturantes de ordem lógico-computacionais. Sistemas lógicos não tradicionais associados a modelos em geometria contemporânea avançada ancoram várias de nossas frentes de pesquisa, numa emergente neuroepistemologia computacional.

O distanciamento de natureza cognitiva do sujeito na prática e/ou no arcabouço teórico/filosófico da ciência deve ser desafiado, enquanto premissa, deve ser questionado experimentalmente, à luz de modelos científicos. Endereçamos a hipótese de que todas as bases expressivas do comportamento humano, narrativas/conscientes, e não narrativas/não conscientes, embutiriam eixos estruturantes racionais, eventualmente redutíveis aos modelos lógicos conhecidos. A natureza híbrida, multimodal do pensamento em ciência é um viés hipotético sobre o qual avançamos nossas pesquisas no laboratório. Porque o fortalecimento da ciência passa pelo resgate do valor criativo transformador que a condição humana garante à ciência.


LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA E SOCIEDADE (LabIS)

LabIS

Líder: Henrique Cukierman
Áreas predominantes: Engenharia de Sistemas; Estudos CTS; História das Técnicas; História das Ciências; Epistemologia

O LabIS - Laboratório de Informática e Sociedade - veio se configurando ao longo de uma caminhada que remonta aos trabalhos e investigações da linha de pesquisa em Informática e Sociedade (IS) do Programa de Engenharia de Sistemas e Computação (PESC) da COPPE/UFRJ. Uma linha de pesquisa há tempos em busca de um Brasil ainda por inventar, movida pelo desejo de compreender a realidade brasileira para colaborar com a construção de um país mais justo e solidário. Um desejo de contribuir a partir de uma compreensão renovada dos fazeres científicos e tecnológicos - especialmente das TICs (Tecnologias de Informação e Comunicação) - suportada pelas novas referências sociológicas, econômicas, históricas e antropológicas que já vem problematizando, desde o século 20, a neutralidade e a universalidade das ciências e das tecnologias. Procurando fazer jus à relação imbricada entre informática e sociedade, inscrita em sua própria denominação, a linha tem produzido há mais de quinze anos uma série de cursos, pesquisas, simpósios, workshops, artigos, teses e dissertações dedicadas à construção de um conhecimento local interdisciplinar, comprometido com um direcionamento popular e solidário. Uma pequena mostra dos títulos de trabalhos já concluídos: "O Brasil na berlinda e uma preocupação com as causas das suas populações mais desfavorecidas", "As promessas das TICs para a gestão do SUS: uma reflexão sociotécnica sobre a implantação de um software para a estratégia de saúde da família", "Inclusões digitais e desenvolvimento social: uma narrativa sociotécnica sobre telecentros, lan houses e políticas públicas", "O cidadão codificado: a digitalização da cidadania em bancos de dados de interesse público", "Softwares livres, economia solidária e o fortalecimento de práticas democráticas: três casos brasileiros". A partir de 2015, o curso "Computadores e Sociedade", disciplina do quarto período do curso de Engenharia de Computação e Informação da Escola Politécnica da UFRJ (ECI/Poli), sob responsabilidade do IS/PESC, tomou o rumo experimental da pedagogia de projetos, propondo aos estudantes de graduação uma experiência de interação entre ensino, pesquisa e extensão pautada pelo desenvolvimento de projetos de TICs que contemplassem soluções e melhorias para a vida comunitária, inclusive aquela do próprio campus do Fundão. Esses projetos propiciaram o estreitamento dos vínculos entre a graduação, a pós-graduação e o "lado de fora" da sala de aula, fortalecendo o viés extensionista das atividades do IS/PESC. É por esses caminhos que o LabIS foi se conformando como um projeto de extensão caracterizado por sua interdisciplinaridade, sua proposta de formação dos graduandos e pós-graduandos fundamentada na indissociabilidade do ensino-pesquisa-extensão, sua parceria com outros projetos de extensão e seu compromisso com um Brasil mais igualitário. Suas atividades atualmente são: desenvolvimento de uma plataforma de jogos educativos populares para smartphones; suporte e desenvolvimento de ações e produtos para a rede brasileira de bancos comunitários de desenvolvimento (moedas sociais digitais); desenvolvimento do LIBRASOffice, uma interface de acessibilidade que incorpora a Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) ao pacote de escritório LibreOffice; oferta de cursos de iniciação nas artes e ofícios das linguagens de programação para jovens de escolas públicas estaduais (Ensino Médio). (Fonte: https://is.cos.ufrj.br/labis/)